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terça-feira, 8 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DAS TRABALHADORAS

Fora Obama! Derrotar Dilma e sua política pró-imperialista de aumento da exploração sobre as trabalhadoras!

Nádia Silva, militante da LC, intervém no ato do dia da mulher trabalhadora em 12/03, São Paulo
Após a crise econômica, o imperialismo, tendo os EUA de Obama como representante maior, avança para obrigar os trabalhadores de todo o mundo a pagar as contas da farra especulativa capitalista, aumentando a exploração e a pilhagem sobre as riquezas naturais, e promovendo guerras “pela democracia”, como agora para recolonizar a Líbia e garantir a exploração do petróleo do país.

Na visita que fará ao Brasil nos dias 19 e 20 de março, Obama se certificará de que Dilma Rousseff manterá as tropas brasileiras – de soldados assassinos e estupradores – no controle do Haiti, bem como fará um discurso populista no Rio de Janeiro, onde irá vistoriar como os governos do PT aumentam a repressão nos bairros proletários, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs.

Na política externa, o governo Dilma vem demonstrando um acentuado servilismo em relação até mesmo a Lula, tomando posições em favor campanha "humanitária" pelo isolamento internacional de Cuba e do Irã e apoiando todas as sanções e medidas de intervenção da ofensiva imperialista contra a Líbia.

Nesta atual etapa de ofensiva imperialista contra as proletárias, a eleição de Dilma não foi um ponto sem nó dos capitalistas. O imperialismo está muito bem representado no Brasil, por uma mulher, para melhor enganar a maioria da classe trabalhadora e seu gênero mais explorado – as proletárias – que graças ao machismo capitalista recebem 30% a menos que os trabalhadores homens.

Sob o governo da primeira mulher na presidência, as trabalhadoras sofrem um brutal arrocho salarial. Dilma impõe um pífio reajuste de apenas 35 reais no salário mínimo para a felicidade dos empresários que lucram duas vezes: pagando menos aos seus escravos assalariados e disparando os preços dos aluguéis, alimentos, transportes, etc. Por outro lado, impõe também um ajuste fiscal para recapitalizar os cofres do Estado após o governo ter desviado dos mesmos bilhões de reais para salvar banqueiros e empresários durante a crise econômica. Essa medida penaliza sobretudo as trabalhadoras, com o corte de 50 bilhões de reais através do congelamento do salário dos servidores públicos, reduzindo verbas da previdência social (inclusive do seguro-desemprego) e fazendo cortes no orçamento federal para habitação, reforma agrária, educação, saúde, esportes, meio ambiente e transportes.

A reação clerical antiaborto da campanha eleitoral foi outra prévia da perseguição ao direito das trabalhadoras, que veremos aumentar por trás da demagogia “feminista” na era Dilma. Não houve e nem haverá nenhum avanço no sentido da legalização, e milhares de mulheres trabalhadoras continuam morrendo vítimas da criminosa opressão capitalista que as obriga a recorrer a clínicas clandestinas sem as mínimas condições de higiene ou segurança, e ainda sendo criminalizadas pelas leis burguesas.

O machismo tem como objetivo, antes de tudo, a desvalorização da força de trabalho feminina para aumentar a mais-valia capitalista. Nasceu com a propriedade privada e é utilizado pela burguesia, assim como todas as outras opressões (contra homossexuais, negros, indígenas, etc) para aumentar seus lucros através da superexploração desses setores da classe trabalhadora.

Desgraçadamente, as organizações que hegemonizam o movimento operário, como PT, PCdoB, PSOL, PSTU, etc, se recusam a fazer com que a luta pela emancipação das mulheres seja parte da luta contra o capitalismo e seu Estado. Pelo contrário, esses partidos apostam abertamente na colaboração de classes quando se trata da “defesa das mulheres”, comprometendo assim a independência política de nosso combate ao machismo, que só pode ser vencido pela unidade de toda a classe trabalhadora por meio da luta revolucionária contra a exploração econômica imperialista e capitalista. Fazendo isso, combateremos o machismo também em nossas próprias fileiras.

O que temos hoje é um movimento de “defesa das mulheres” completamente equivocado, e que está voltado apenas para fazer demagogia com a metade feminina da classe trabalhadora, pois possui um programa burguês e se autodeclara socialista. Mas, como pode ser socialista se está centrado no aumento do poder repressivo do Estado, através da reivindicação de mais delegacias da mulher, da “aplicação e ampliação” da Lei Maria da Penha e de “punição aos agressores”?

Pior, como podem se dizer em defesa da mulher trabalhadora as organizações da esquerda pequeno-burguesa, se em 2006, por exemplo, PSOL e PSTU apoiaram a candidatura da senadora Heloisa Helena, que no auge de sua popularidade usou a mesma para defender a criminalização do aborto? Esse é um fato que serve para desmascarar o oportunismo político dessas correntes, e seu programa vendido à ganância por cargos no parlamento capitalista.

Fortalecer o Estado burguês não serve aos interesses históricos das proletárias. Ao contrário, divide a classe trabalhadora, fazendo as mulheres acreditarem que seus inimigos são os companheiros homens, superexplorados e contaminados pelo machismo, e não o Estado capitalista, que se alimenta dia após dia do sangue e do atraso da consciência de classe dos homens e mulheres cuja força de trabalho produz toda a riqueza apropriada pela burguesia.

A tarefa que se coloca na ordem do dia é jogar por terra essas bandeiras que exigem mais repressão burguesa, e substitui-las pelas bandeiras classistas que estão sendo ofuscadas ou até completamente esquecidas, como a de salário igual para trabalho igual, de um dia a mais de descanso por semana para as mulheres trabalhadoras e de pensão alimentícia paga pelo Estado e não imposta sobre os miseráveis salários dos trabalhadores de quem já foi extraída a mais-valia, ou seja, que já foram previamente roubados.

É necessário que toda a classe trabalhadora, todas as mulheres e homens proletários, se organizem em comitês operários, por locais de trabalho e locais de moradia, para que seus problemas, como por exemplo a violência doméstica e sexual, possam ser discutidos e resolvidos coletivamente, sem interferência do Estado capitalista burguês e sua polícia torturadora, e assim caminhem em direção à autodeterminação como classe, construindo um partido revolucionário da população trabalhadora para organizar a luta pela Revolução Socialista, única forma de pôr fim à opressão machista.

A bandeira da libertação da mulher trabalhadora na África e Oriente Médio, como a mulher egípcia, vanguarda de muitas greves têxteis, não deve ficar na mão demagógica da burguesia liberal ou do imperialismo. Cabe à classe operária lutar contra a mutilação genital e todas as formas de opressão obscurantistas com seus próprios métodos e meios. Como nos ensinou Trotsky:

“Não haverá melhores comunistas no Oriente, nenhum lutador melhor para as ideias da revolução e para as ideias do comunismo do que a mulher trabalhadora desperta para a luta.”
(Perspectivas e Tarefas no Oriente, 1924)

A libertação de todas as filhas da população trabalhadora da opressão clerical burguesa será obra de uma verdadeira revolução permanente nestes países contra a influência da burguesia liberal e do imperialismo sobre as massas.

O primeiro passo do conjunto dessas tarefas é a organização de um ato nacional no Rio de Janeiro no dia 20 de março, para rechaçar a presença no Brasil de Barack Obama, o representante maior do imperialismo, como parte de nossa luta por libertar a nós mesmos e a nossas irmãs e irmãos palestinos, afegãos, haitianos, iraquianos, líbios, egípcios, tunisianos e de todo o planeta do imperialismo e do capitalismo.

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