TRADUTOR

segunda-feira, 30 de abril de 2012

CONTRIBUIÇÃO INTERNACIONALISTA AO CONGRESSO DA CSP-CONLUTAS

Combater a burocratização imposta pela política pró-imperialista e governista dentro de nossas organizações de massa!
Construir oposições classistas em todas as centrais e reconquistar os sindicatos para os trabalhadores sob uma política marxista e revolucionária!

distribuída no plenário do Congresso da Conlutas no dia 30 de abril
Ao longo de quase dois séculos, nós trabalhadores adquirimos experiência na luta de classes contra os patrões, o Estado capitalista e o imperialismo. Mas esta experiência vem sendo jogada na lata do lixo por grande parte das organizações sindicais hoje e isto inclui lamentavelmente a CSP-Conlutas. Trata-se de uma política estranha à unidade sindical e à completa independência política financeira das organizações dos trabalhadores em relação aos patrões, ao Estado burguês, seu aparato repressivo e ao imperialismo, temas muito caros que vêm sendo abandonados e os quais achamos fundamental defender com unhas e dentes.

A QUESTÃO DA UNIDADE SINDICAL

Os revolucionários devem atuar também nos sindicatos mais reacionários e até fascistas como nos ensinaram Lenin e Trotsky. A quase totalidade das direções sindicais hoje é reacionária e os sindicatos profundamente burocratizados fazem o jogo do patrão e dos governos. Mais ainda são as centrais que mais distantes estão das assembléias de base e das lutas cotidianas do proletariado. Seja como for e da forma como a repressão política burocrática exigir, os revolucionários devem atuar em todos os sindicatos e centrais reacionárias, pró-imperialistas e fascistas defendendo a unidade de toda a classe para a luta de seus interesses imediatos, a unidade de toda a classe em uma só central sindical.

A divisão dos trabalhadores quando lutam por suas necessidades imediatas só beneficia aos patrões. A divisão de um mesmo ramo de produção em vários sindicatos, ou pior, de uma mesma base sindical em vários sindicatos, favorece ao patrão. A divisão, como ocorre no Brasil - e a Conlutas é um exemplo disto - das centrais sindicais por hegemonia partidária (CUT-PT, Força Sindical-PDT, UGT-PSDB, CTB-PCdoB, Intersindical-PSOL,  NCST-PMDB, Conlutas-PSTU...) é um obstáculo imposto pelas aristocracias sindicais contra a unidade dos trabalhadores. Desde o manifesto comunista, os marxistas defendem “Proletários de todos os países uni-vos!”. Na obra “O que Fazer?”, Lênin defendeu que diferentemente da organização dos revolucionários (da vanguarda) a organização dos operários deve ser a mais ampla, por profissão (ramo de produção) e menos clandestina possível.
Dessas centrais, a Conlutas é uma micro-burocacia sindical que possui menos de 100 sindicatos,enquanto a Central Única dos Trabalhadores possui 3.100 sindicatos. Enquato a maioria dos sindicatos operários está na CUT hegemonizada pelo PT, a Conlutas é hegemonizada pelo PSTU.  Mas qualitativamente a CUT hoje está num estado de burocratização muito maior, como uma correia de transmissão do governo PT, enquanto a Conlutas segue se burocratizando ao bel prazer do PSTU.

Separadas por interesses burocráticos, todas estas centrais se unificam contra a explosão de revolta espontânea da classe trabalhadora como vimos nas obras do PAC. Neste momento, todas estas centrais, incluindo a proto-central Conlutas, participam de uma câmara de conciliação de classes nacional, denominada “Mesa Nacional Permanente Para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção”, para conter as greves espontâneas do combativo proletariado da construção civil contra as escravagistas mega-construções do PAC, da Copa e Olimpíadas.

Mas mesmo assim esta divisão burocrática e superestrutural entre as centrais sindicais é um crime contra as lutas da classe trabalhadora e defendemos a unidade de todos os sindicatos em uma única central, como defendiam os bolcheviques-leninistas franceses da Liga Comunista em 1934.

A unidade sindical é um princípio dentro dos sindicatos, defendemos um único sindicato por ramo de produção. Romper a unidade da classe para criar sindicatos vermelhos com setores minoritários como mera correia de transmissão do partido é incompatível com a militância revolucionária na classe operária.

A unidade não é um princípio dentro das centrais de sindicais. No entanto nós defendemos a unidade de todos os sindicatos em uma única central como forma de potencializar as lutas contra os patrões, os governos e os próprios burocratas sindicais.

Para derrotar as direções reacionárias, fascistas, reformistas, governistas no interior dos sindicatos e federações realizamos frentes únicas:

1) pela independência total e incondicional dos sindicatos em relação ao Estado capitalista e aos patrões;

2) pela completa democracia operária sindical em todos os fóruns e congressos.

Mais do que nunca esta era de profundo retrocesso na consciência tanto das massas quanto de sua vanguarda nos obrigam a levar as massas a sacar conclusões revolucionárias baseadas mais na nossa experiência comum com elas do que propriamente na nossa propaganda externa a luta imediata.

Enquanto esta unificação estratégica não ocorre, nós participaremos de todos os congressos das centrais que agruparem os sindicatos onde nossos militantes forem filiados. Entendemos que o chamado à ruptura com a Conlutas é produto de uma profunda miopia autonomista e anarco-sindicalista que nada tem a ver com as concepções de Lenin e Trotsky sobre a luta sindical. Devemos construir sim oposições classistas em todas as centrais sindicais.

Se a CUT é burocratizada e pró-imperialista, a Conlutas segue os mesmos passos!!!

CONTRA A REPARTIÇÃO DOS LUCROS
E RESULTADOS, UM ENGODO CAPITALISTA:

O imposto sindical, os fundos estatais de financiamento da atividade sindical, os Planos de pensão são inimigos da independência política dos trabalhadores em relação ao Estado capitalista, tendo sido estes últimos convertidos em empresas capitalistas.

Por isso somos contra essas políticas clientelistas das centrais, incluindo a CSP-Conlutas, que se vendem por essas armadilhas de cooptação de classe em acordo com a burguesia.
Os sindicatos podem e devem travar lutas no campo jurídico, porém precisam ter em mente que tais lutas ocorrem no campo do inimigo, a justiça do trabalho do Estado patronal, e consequentemente é um terreno desfavorável e secundário.

O terreno mais favorável e hierarquicamente prioritário é a luta direta com greves, ocupações e  mobilizações da categoria. Assim os sindicatos devem ter plena independência política, financeira e jurídica em relação aos patrões e ao Estado.

GOVERNISMO, AUTONOMIA SINDICAL E PARTIDO

 Os revolucionários de dentro dos sindicatos, devemos lutar de forma tenaz pela democracia sindical e pela independência política do sindicato em relação ao Estado e ao capital. Lutamos para reconquistar os sindicatos e todas as organizações de massa para a classe trabalhadora

No centro do trabalho dentro dos sindicatos está a construção de núcleos de oposição comunista entre os trabalhadores de base e de frentes únicas entre os trabalhadores efetivos e precarizados e entre os trabalhadores revolucionários e não revolucionários.
Os sindicatos e organizações de massa devem ser a base para a auto-defesa da população trabalhadora. Esta, como todas as lutas, precisa ser realizada de forma independente e contra os capitalistas e seu governo. Por isto, diante de ataques como o violento despejo dos moradores do Pinheirinho em São José dos Campos, a maior ocupação de terreno urbano da América Latina, nós defendemos a greve política de solidariedade. Neste local a Conlutas possui seu mais importante sindicato operário, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Mas, ao contrário de encabeçar uma greve política para cobrir de solidariedade os sem teto, a Conlutas depositou todas suas fichas na intermediação do governo Dilma e da justiça federal no conflito. A mesma linha política que certamente teria adotado a CUT governista. A direção da Conlutas e do PSTU jogam a culpa nos trabalhadores de base, metalúrgicos. A direção justifica sua política de claudicação ao governo patronal acusando a base dos trabalhadores de indisposição para solidarizar-se com os sem teto, seus irmãos de classe. Esta “indisposição” é um mal hábito que a própria direção da Conlutas cultivou. A Conlutas recusou-se inclusive a fazer greves econômicas. Quando 4.300 operários metalúrgicos foram demitidos na Embraer, em 2009, a Conlutas novamente apostou centralmente na intervenção do governo Lula.

Deste modo a Conlutas não realiza uma política alternativa contra a política da CUT. Assim, a Conlutas repete a política de claudicação ao governo federal do PT, uma política de exigências sem medidas de ação direta da classe operária (greves, ocupações, etc.), ou seja, a mesma política da CUT com a desvantagem que não possui nem sequer 5% da influência da CUT sobre a classe operária.

A CUT, por sua vez, cumpre uma tarefa de adormecimento da classe operária contra os ataques imperialistas. Esta política de colaboração de classes não teria efeito se a direção da Central hasteasse ela própria e diretamente a bandeira dos EUA logo de cara em todos os seus atos. Nem o PT apesar de toda sua capitulação chega a tanto, embora demonstre ser um conselheiro crítico do imperialismo, o que de forma ainda menos disfarçada demonstram Lula e Dilma. Cada um a sua medida, atendem aos interesses como agentes do imperialismo. Para dirigir o movimento operário e de massas em favor do desarmamento político do proletariado diante dos ataques do imperialismo é necessário manter as aparências “antiimperialistas” com gestos e jogos de cena para enganar as bases, enquanto o PT segue com a privatização da previdência, dos aeroportos e até da saúde com a destruição do SUS em favos dos “Planos de Saúde” e das “Organizações de Saúde”.

CONTRA A XENOFOBIA!

Na Europa e nos EUA, nos colocamos contra toda campanha xenófoba e chauvinista da aristocracia sindical contra os trabalhadores imigrantes, como a da aristocracia britânica de “empregos britânicos para trabalhadores britânicos”. Nós defendemos a plena legalização dos imigrantes indocumentados e direitos trabalhistas e salários iguais para trabalho igual.

CONTRA AS GREVES POLICIAIS!

A CONLUTAS cumpriu um papel vergonhoso ao apoiar as “greves policiais”! O PSTU jogou no lixo todas as lições históricas do marxismo ao apoiar a greve dos mercenários do Estado, os mesmos que espancaram, violentaram e atiraram nos moradores de Pinheirinho em São José dos Campos, e matam moradores negros e nordestinos nas favelas ocupadas pelas UPPs no Rio.
As greves policiais são motins reacionários que tem como resultado o fortalecimento do aparato repressivo para melhor oprimir os trabalhadores à mando do Estado e da burguesia!

O INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO NA LATA DE LIXO

Para piorar, a nível internacional a Conlutas e o PSTU estão à direita da CUT. Este foi o caso da Líbia, onde o PSTU e a Conlutas participaram de um protesto que invadiu a embaixada da Líbia em Brasília, território daquele país oprimido no Brasil, com agentes do imperialismo para hastear a bandeira monarquista armada pela CIA. A prova do que estamos dizendo está no próprio site do PSTU reportando sua participação na atividade: http://www.pstu.org.br/internacional_materia.asp?id=13235&ida=0 ou http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2011/08/batalha-por-tripoli.html.
Quando não se emblocam abertamente como no caso acima em uma frente única com os agentes do imperialismo, organizações como PSTU e PSOL (MES, CST, LSR, Enlace) apesar de se colocarem formalmente contra a intervenção imperialista na Líbia e na Síria, defendem posições políticas que reforçam a propaganda de guerra imperialista contra os povos oprimidos como demonstram as teses destes agrupamentos no Caderno de Teses da Conlutas.

Como prova de seu “internacionalismo” a Conlutas costuma apresentar a algumas organizações internacionais como parceiras de luta. A principal delas é o grupo Batay Ouvriye, do Haiti. Todavia, no ano do golpe militar que deu início a ocupação militar do Haiti pelas tropas da ONU a serviço do imperialismo, o Batay Ouvriye recebeu 100 mil dólares do ACILS (American Center for International Labor Solidarity), instituição que é braço político sindical da NED, National Endownment Foundation dos EUA. O NED foi criado durante o governo Reagan para apoiar a reação política e os golpes militares nos país oprimidos. A prova do que estamos dizendo, está na própria prestação de contas do NED, declarando a doação desta quantia ao Batay Ouvriye em 2004: http://www.ned.org/region/latin-america-and-caribbean/haiti-2005/
Batay Ouvriye, ONG haitiana parceira da Conlutas, na folha de pagamento do NED,
braço da CIA "apoiando a liberdade ao redor do mundo" 
A integração da Conlutas à política genocida e golpista do imperialismo em qualquer parte do globo está contra os interesses dos trabalhadores e dos povos oprimidos e deve ser duramente rechaçada pelo conjunto dos delegados deste Congresso.

ASSINAM:

Liga Comunista (Brasil)
- lcligacomunista.blogspot.com.br, liga_comunista@hotmail.com
Coletivo Lenin (Brasil)
- coletivolenin.blogspot.com.br, c.comunista@yahoo.com.br
Tendencia Militante Bolchevique (Argentina)
- tmb1917.blogspot.com.br/, tendencia.militante.bolchevique@gmail.com
Socialist Fight (Inglaterra) - pt.scribd.com/Gerry%20Downing, socialist_fight@yahoo.co.uk