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terça-feira, 1 de maio de 2012

DECLARAÇÃO DA CLQI AO 1o DE MAIO

Saudação do Comitê de Ligação pela IV Internacional
ao dia internacionaldos trabalhadores
(english version)
O Comitê de Ligação para a IV Internacional envia suas mais calorosas saudações revolucionárias à classe trabalhadora do mundo, aos pobres e oprimidos e à sua vanguarda combatente, os elementos com mais consciência de classe que já começaram a despertar em escala global para combater pela bandeira da Revolução Mundial tão vergonhosamente abandonada no ano passado por tantos grupos internacionais que reivindicam o nome do trotskismo.
Desde o levante de 15 de Fevereiro de 2011 em Bengasi, a “revolução líbia” tem sido a pedra de toque para os que se reivindicam revolucionários. Como na guerra contra o Iraque, a mídia mente. Mas a maioria das organizações trotskistas simplesmente repetiu as mentiras da burguesia. Não quis denunciar o racismo dos ‘rebeldes’, os linchamentos e as execuções sumárias de negros acusados de serem “mercenários de Kadafi do Chade”. Não denunciaram as ligações óbvias da CIA com o pró-imperialista Conselho Nacional de Transição e, mesmo aqueles que reconheceram isso, ainda assim continuaram alentando que estava em curso na Líbia uma “verdadeira revolução” dentro das fileiras dos ‘rebeldes’, apontando pateticamente como única “prova” disto, um sofisticado banner com dizeres em inglês “Não à intervenção estrangeira” hasteado com três pessoas ao seu redor, sem dúvida, trazido da sede da CIA em Langley, Virginia, para enganar os incautos e aqueles que queriam ser enganados.

Para o CLQI, Kadafi não era um socialista revolucionário, mas um nacionalista burguês, que governou para uma camarilha corrupta de privilegiados capitalistas. Ele ajudou o imperialismo fornecendo armas ao Sudão do Sul para dividir o Sudão e permitir que os EUA tomassem um entreposto petrolífero controlado até então pela China. Em troca, Omar al-Bashir (que ajudou Gaddafi a chegar ao poder no golpe de 1986) foi o principal apoiador do CNT, fornecendo armas para derrubar Kadafi, uma conduta típica do caráter completamente sem princípios das burguesias nacionais.

Os grupos de “esquerda” que desejam ajudar na derrubada de Assad, na Síria, geralmente os mesmos que apoiaram a derrubada de Kadafi pelo CNT, identificam nas capitulações de Kadafi ao imperialismo uma política similar de Assad e seu pai Hafez al-Assad em favor de Israel e dos EUA no Líbano, intervindo para impedir a derrota dos falangistas (forças cristãs fascistas), quando a aliança entre grupos de esquerda do Líbano e palestinos estavam à beira da vitória durante a Guerra Civil no Líbano em 1976 .

Tal como reivindica a política da Frente Única de partidos da classe trabalhadora, o CLQI defende a Frente Única Anti-Imperialista desenvolvida por Lenin e a Internacional Comunista em seus quatro primeiros congressos. O fato de que um país semicolonial seja aterrorizado por um ditador brutal não significa que este tirano seja o principal inimigo da classe trabalhadora de todos os oprimidos do mundo. Este “status” pertence ao imperialismo e ao capital financeiro mundial e é responsabilidade exclusivamente deles todas as guerras e conflitos. A derrota do imperialismo tem sempre duas grandes consequências progressistas: o fortalecimento da consciência de classe dos trabalhadores e dos pobres das nações oprimidas sob ataque imperialista e, muito mais importante, no equilíbrio global de forças entre as classes, o enfraquecimento das ilusões da classe trabalhadora dos países imperialistas em sua “própria” burguesia como mostrou a derrota do imperialismo no Vietnã.

A luta de classes internacional e nacional se combinam. Não se pode apoiar o imperialismo em suas constantes guerras no exterior e desejar a sua derrubada em casa. A primeira frase do Programa de Transição de Trotsky nos ensina: “A situação política mundial como um todo é principalmente caracterizada pela crise histórica da direção do proletariado”. Ela é tão verdadeira hoje como quando escrita em 1938. Os desertores da luta pela construção do partido mundial da revolução socialista negam esta verdade, os desertores da luta de classes culpam a classe trabalhadora, sua “falta de combatividade” e sua “incapacidade de dirigir-se” e, assim, defendem a traição de classe da burocracia sindical e seus representantes políticos no parlamento, nos partidos operários e social-democratas em todo o mundo. Trotsky disse que os líderes da burocracia sindical britânica são a “espinha dorsal do imperialismo britânico” e isso é verdade para toda a burocracia sindical internacional da TUC britânica à COSATU na África do Sul ou à CUT e à Conlutas no Brasil e à CGT e à CTA na Argentina. Sem por um único instante negligenciar nossos deveres internacionalistas nossa tarefa principal hoje, dentro de nossa própria classe, é lutar para construir uma alternativa a esses falsos dirigentes traidores. Construir oposições de base classistas nos sindicatos é a tarefa de todos aqueles que reivindicam uma nova direção da classe operária. É nossa tarefa central denunciar implacavelmente os centristas que defendem uma burocracia sindical de esquerda que desvia a luta de nossa classe para o nacionalismo.

Como o Programa de Transição afirma:

“Na luta pelas reivindicações parciais e transitórias, os operários têm atualmente mais necessidades do que nunca de organizações de massas, antes de tudo de sindicatos. A poderosa ascensão dos sindicatos na França e nos Estados Unidos é a melhor resposta aos doutrinários esquerdistas que pregavam que os sindicatos estavam fora de moda”. Por isso, rejeitamos totalmente todas as concepções que dizem que os sindicatos se tornaram simples agentes do Estado capitalista, que o Programa de Transição de Trotsky não se aplica mais em 2012, que devemos procurar construir a nossa própria seita de forma isolada a partir da luta de massas da classe trabalhadora. Mais do que nunca confiamos em uma correta orientação contra o imperialismo internacional e por uma oposição irreconciliável à burocracia sindical e àqueles que se recusam a combatê-la de forma consistente. Nossa pequena corrente internacional dirige-se aos ouvidos da vanguarda da classe que ressurge internacionalmente.

• Derrotar o imperialismo mundial, o capital financeiro e os seus agentes, na Síria, no Irã e em todas as guerras!
• As Malvinas são parte do território nacional argentino, “Las Islas Malvinas son Argentinas”, derrotar o imperialismo britânico no Atlântico Sul!
• Nenhuma confiança nas direções nacionalistas burgueses como Hugo Chávez!
• Somente a classe trabalhadora internacional pode derrotar o imperialismo mundial!
• Construir o partido mundial da Revolução Socialista!
• Avançar com o Comitê de Ligação pela Quarta Internacional!

Liga Comunista - Brasil
Tendencia Militante Bolchevique (Argentina)
Socialist Fight (Grã Bretanha)