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domingo, 30 de junho de 2013

LOCKOUT PATRONAL E "DIA DE LUTA" DOS PELEGOS

Boicotar o lockout patronal
convocado pela direita por facebook!
Construir uma verdadeira Greve Geral no dia 11/07 sobre o
“Dia de luta” sem luta dos pelegos e burocratas sindicais!

Nada menos que uma “greve geral” foi plantada no Facebook, YouTube e Twitter para o dia primeiro de julho. Até aí [e antes da rebelião popular que se desatou no Brasil a partir das manifestações convocadas pelo “Movimento pelo Passe Livre” pelo facebook] o evento não passaria de mais um dos milhares que são lançados por segundo, compartilhados por milhares e presenciados por poucos ou ninguém. Afinal, se “no papel cabe tudo”, na internet cabe tudo e mais um pouco. O “evento” é convocado por páginas anônimas usando a surrada camuflagem da direita de “luta contra a corrupção”.

De pronto, a grande mídia patronal, ligada à oposição de direita e inimiga juramentada de todas as greves e sobretudo de greves gerais, tratou de repercutir a convocatória desta "greve" fria para “aquecê-la”, agindo como caixa de ressonância da mesma. E mais, supostamente como parte do “sentimento patriótico” que tomou conta das últimas manifestações, correm boatos de que alguns patrões anunciaram a liberação do ponto dos trabalhadores na data.

Mas, nada disto mereceria algum comentário se o tal chamado reacionário não despertasse alguma expectativa entre a classe trabalhadora nem fosse comentado nos locais de trabalho. Tal expectativa só é compreensível em uma conjuntura onde domina a indignação das bases contra os pelegos avessos a convocar as categorias a lutar de forma consequente contra a decadência crescente das condições de vida da classe trabalhadora e o horizonte de inflação e desemprego no segundo semestre. Não foi por acaso que as burocracias da CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST divulgaram notas desmentindo a suposta greve geral do primeiro dia de julho e marcando um “dia nacional de luta” para o dia 11/07.

QUAL PAUTA DE MOBILIZAÇÃO CORRESPONDE
AOS INTERESSES E NECESSIDADES DE NOSSA CLASSE?

A Pauta Unitária das Centrais para o Dia Nacional de Luta reedita o mito do "governo do PT em disputa" e inclui tímidas medidas meramente defensivas como:

– contra o PL 4330, da “terceirização” que retira direitos dos trabalhadores brasileiros e precariza ainda mais as relações de trabalho no Brasil;
– que as reduções de tarifa do transporte não sejam acompanhadas de qualquer corte dos gastos sociais;
– 10% do orçamento da União para a saúde pública;
– 10% do PIB para a educação pública, “verbas públicas só para o setor público”;
– fim do fator previdenciário;
– redução da Jornada de Trabalho para 40 horas sem redução de salários;
– Reforma Agrária;
– suspensão dos Leilões de Petróleo.

Para enfrentar a superexploração, a miséria e o declínio de suas condições de vida que tendem a se agravar no segundo semestre, a juventude e a classe trabalhadora precisa de uma plataforma que defenda:

- o fim completo da terceirização e da precarização e a incorporação imediata e incondicional de todos os terceirizados com plenos direitos aos quadros efetivos, sem necessidades de concursos. Trabalho igual para salário igual;
- passe livre para todos os trabalhadores e estudantes sem prejuízo para qualquer outro setor social do Estado sob a base da estatização dos transportes coletivos, da saúde, da educação e da previdência sob o controle dos trabalhadores;
- Escala móvel de horas e salários com redução da jornada e reajuste automático salarial (gatilho) todo mês que a inflação alcançar 3% medidos por organizações da classe trabalhadora, independentes do governo e dos patrões;
- expropriação do latifúndio produtivo e improdutivo sem indenização para o agro-negócio nacional e multinacional. Revolução agrária;
- Fim dos leilões e reestatização de todo o pretróleo nacional sob o controle dos trabalhadores;
-  dissolução das polícias;
- frente única antifascista de todas as organizações dos trabalhadores pelo direito democrático de manifestação e organização política com plena independência política e comitês sindicais de auto-defesa.

FRENTE ÚNICA ANTIFASCISTA VS. FRENTE POPULAR GOVERNISTA

O protesto do dia 11 também está voltado a acumular forças em favor de mais uma marcha de lobby parlamentar em Brasília prevista para agosto. Já estamos fartos de saber o resultado da política de pressão sobre o Congresso Nacional corrupto e venal. Enquanto em meio às manifestações nacionais a reação aprova o projeto pela “Cura Gay”; derruba a PEC 37, assegurando a ampliação dos poderes de investigação do Estado e particularmente do arqui-reacionário Procurador Geral da República, Roberto Gurgel; e o STJ ameaça com a expulsão do ativista italiano Cesare Battisti e investe no aumento dos poderes do judiciário, o mais antidemocrático dos poderes estatais, a CUT, principal central do país também usará o dia 11 de julho para defender a saída distracionista de Dilma diante das manifestações populares: uma reforma política legitimada por um plebiscito.

Os trabalhadores não podem alimentar nenhuma ilusão no Governo Dilma e precisam construir uma oposição operária e revolucionária ao mesmo. Não podem alimentar qualquer expectativa nesta reforma política realizada pelos partidos (da situação e oposição patronais) do regime político para restringir ainda mais os direitos políticos dos trabalhadores.

Os trabalhadores precisam de uma frente única de ação (unidade sob ações práticas precisas sem acordos programáticos com os setores burgueses do movimento como o PT, PCdoB e PSOL) para derrotar a direita e decidir o rumo da rebelião popular em curso e por isso também não podem cair no engodo de montar uma frente popular sindical sob as bandeiras  dos pelegos e da esquerda governista sindical como acaba de fazer a Conlutas-PSTU. 

Por tudo isso, no dia primeiro de julho, a LC chama o boicote ao lockout patronal convocado pela direita por facebook e, no dia 11/07, a construção de uma verdadeira Greve Geral sobre o “dia de luta” sem luta dos pelegos e burocratas sindicais!