TRADUTOR

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2013: RETROSPECTIVA REVOLUCIONÁRIA

2013 foi um bom ano para a Liga Comunista
Que 2014 seja um ano de muitas vitórias do proletariado!
De participação em grandes lutas da classe operária e de nucleação
em importantes categorias no centro da luta de classes no Brasil

Ao finalizar o ano de 2013, a Liga Comunista se dirige aos seus militantes, simpatizantes e leitores do Jornal Folha do Trabalhador e deste Blog, realizando uma breve prestação de contas à vanguarda classista da classe trabalhadora de nossas contribuições (modestas é certo, mas produto do melhor de nossos esforços) para o avanço da luta pela organização política independente, internacional revolucionária e comunista no interior do movimento operário e do conjunto dos trabalhadores.

Desde 2010 formamos uma organização que hoje atua no movimento metalúrgico, construção civil, bancário, de professores e de trabalhadores da Saúde no Estado de São Paulo. Em 2012 ampliamos nossa atividade militante para os professores e metalúrgicos, em 2013, para os trabalhadores da saúde e construção civil além de refundarmos nosso militante número 1, o Jornal Folha do Trabalhador, ampliado em tamanho e tiragem. Em 2014, trataremos de consolidar o conjunto destas inserções estruturais e orgânicas na classe trabalhadora, pois como dizia o poeta alemão Goethe “uma vez que se consiga uma coisa, há que reconquistá-la muitas vezes para possuí-la efetivamente.” (citado por Trotsky na obra “Stalin, o grande organizador de derrotas - A III Internacional despois de Lênin”). Também não ficaremos na expectativa para saber se a direita tentará se apropriar das manifestações de massa de 2014 em meio ao crescimento da insatisfação social e as vésperas das eleições presidenciais, dentro de nossos limites vamos tomar a iniciativa de disputar a consciência política das massas e o caráter de cada uma de suas lutas em favor da construção do partido da revolução socialista no Brasil.

LUTA CONTRA AS DEMISSÕES FABRIS E DENÚNCIA
DO HISTÓRICO ACORDO ESCRAVOCRATA GM-CONLUTAS/PSTU

Já em janeiro de 2013, alertamos a classe para se preparar contra o aumento dos ritmos de produção aliado as demissões em massa. [1] que desgraçadamente logo se confirmaram no decorrer do ano (demitiram mais de 2 mil trabalhadores as empresas Coca-Cola, Danone, Eletrobrás, Ericsson, Fiat, GM, Honda, Motorola, Nokia, OGX, Record, Renault, Santander, Telefônica, Thyssenkrupp, ...). [2].

Também a LC foi a primeira organização do país a denunciar o acordo escravocrata entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigidos pela CSP-Conlutas/PSTU/LIT, e a multinacional GM, capitulação histórica que aumentou a jornada de trabalho, reduziu os salários e permitiu a demissão de centenas de operários pais de família [3]. As “sequelas” destes acordos escravocratas foram sentidas mais uma vez de maneira cruel às vésperas do ano novo com a demissão em massa de centenas de metalúrgicos da GM. Centenas de companheiros receberam cartas e demissões, enquanto a política do sindicato favoreceu a concessão de isenções fiscais pelo governo Dilma na ordem de três bilhões de reais para a montadora multinacional.

No fevereiro de 2013 denunciamos que a chantagem patronal do desemprego estava sendo usada como dínamo da economia no país [4]. Apesar de reivindicarmos uma melhor preparação da luta contra as demissões e as consequências da crise econômica, cuja existência era negada formalmente pela tendência política que dirige o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, ASS, em março, os metalúrgicos da CAF, empresa de matriz espanhola (Basca) foram golpeados com a demissão de 31 camaradas, contra a qual imediatamente entramos em greve [5].

IMPULSIONANDO A UNIFICAÇÃO DAS GREVES
DOS PROFESSORES DA APEOESP E SINPEEM

No final do mês, fizemos uma intensa convocatória pelo ato da APEOESP do dia 22/02 para “Construir uma greve de verdade pela efetivação plena de todos os professores, redução da jornada, reajuste salarial  e contra o arrocho de Alckmin e a inflação maquiada de Dilma!” [6]

Em abril e maio impulsionamos as greves de professores do Estado e da cidade de de São Paulo, lutando pela unificação da luta contra os governos Alckmin (PSDB) e Haddad (PT) e contra as burocracias da APEOESP e SINPEEM [7] [8] [9] [10] [11] [12] [13]. Nesta luta a LC esteve desde a primeira hora obstinada de criar o Movimento Unificado de Oposição Classista (MUOC), frente sindical composta por organizações políticas que não compõem as diretorias traidoras de nenhum sindicato, ou seja, que são oposição de verdade aos mesmos. Essas greves com enorme participação da categoria e, sobretudo dos setores mais jovens e precarizados foram essenciais para aquecer a luta de classes em São Paulo ao ponto de ebulição, quando os governos do Estado e município aumentaram os preços das passagens. A repressão patronal a esta luta foi o estopim para as grandes manifestações das semanas seguintes que viriam a se tornar o que foi chamado de “jornadas de junho”.

FRENTE ÚNICA ANTIIMPERIALISTA
NA VENEZUELA, MALI E SÍRIA

Através do CLQI publicamos uma declaração combatendo o golpismo pró-imperialista na Venezuela, convocando uma frente única com o chavismo sem depositar qualquer ilusão em Maduro. [14]

Denunciamos a intervenção da França no Mali, chamando igualmente uma frente única com os guerrilheiros fundamentalistas contra os bombardeios do governo “socialista” de Holland. [15]

Participamos da luta contra a intervenção imperialista na Síria através dos mercenários agentes da CIA (muitos dos quais fundamentalistas ligados a Al Qaeda) e dos bombardeios de Israel, sendo a única organização trotskista a participar do ato realizado neste mês na Avenida Paulista em conjunto com o Comitê de Solidariedade ao povo Sírio. [16] [17].

VITÓRIA DA CAMPANHA INTERNACIONAL PELA
REINTEGRAÇÃO DO CAMARADA GERRY DOWNING
DO SOCIALIST FIGHT BRITÂNICO

Realizamos no Brasil a campanha internacional pela reintegração do camarada Gerry Downing, dirigente do Socialist Fight britânico, membro do CLQI, motorista de ônibus e demitido por perseguição política. A campanha foi vitoriosa e a empresa Metroline foi obrigada a readmitir o camarada Downing. [18]

Na mesma época, apoiamos campanhas similares pelo direito de organização política dos trabalhadores e contra a perseguição política a ativistas sindicais no Brasil, como o companheiro bancário da Caixa Econômica Federal, Messias. [19]

A LC NA CONTENÇÃO DA PRIVATIZAÇÃO DO IAMSPE,
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL PAULISTA

Em abril, recrutamos para a LC um núcleo de trabalhadores da saúde que buscavam se organizar para lutar contra a privatização de seu local de trabalho, o Complexo Hospitalar do IAMSPE, hospital do servidores estaduais. Já de cara realizamos uma tenaz e titânica luta através de uma campanha de denúncia de primeira mão que conteve até agora a privatização completa do IAMSPE contra os apetites da camarilha tucana que controla o hospital e a conivência da burocracia sindical instalada nas associações e sindicato, ligados a oposição burguesa (PT e PCdoB) ao tucanato. Simultaneamente, denunciamos a avançada terceirização do complexo hospitalar e impulsionamos a luta por conquistas elementares dos trabalhadores terceirizados como o pagamento do vale refeição dos motoristas contratados. Veja abaixo trecho de nosso primeiro boletim na categoria:

“Desde quando foi publicado no Diário Oficial o resultado de uma reunião do Conselho do governo tucano responsável pelas Parcerias-Público-Privadas (PPP), onde estavam presentes o vice-governador e muitos Secretários Estaduais, ficaram claros os seus planos para o IAMSPE. O que eles querem é entregar tudo de bandeja para os empresários parceiros do tucanato, até o terreno ocupado hoje pelo Instituto. O plano “contemplaria a permuta do terreno hoje ocupado pelo IAMSPE como dedução da contrapartida a ser paga ao parceiro privado” (Diário Oficial do Estado de São Paulo, 09/02/2013) [20]. Se vão entregar até o terreno do Instituto, nossos empregos, direitos trabalhistas, etc, são meros detalhes insignificantes, facilmente “saneáveis” através de ilusórios planos de demissão voluntária (PDV). A privatização do IAMSPE, assim como do HC, do Mandaqui, não será uma novidade. Já estão privatizados muitos setores do Instituto. Para saber qual o destino dos trabalhadores depois que esta privatização avançar, basta ver as condições de vida dos nossos colegas terceirizados: ganham uma miséria e não têm direito a quase nada. Os motoristas terceirizados, por exemplo, perderam, de uma hora para outra, R$ 800 de salário, pois ganhavam R$ 1.800 e passaram a receber mil reais, e também deixaram de receber a cesta básica que o IAMSPE paga para a empresa terceirizadora contratada. Os outros terceirizados não estão em situação melhor.” [21] [22]

O COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL,
O DEFENSISMO REVOLUCIONÁRIO DOS ESTADOS
OPERÁRIOS AINDA EXISTENTES (CUBA E CORÉIA DO NORTE)
E A LUTA ANTIFASCISTA

No primeiro de maio, o CLQI participou de atos nas principais cidades dos países onde possui seções com uma declaração trilíngue em defesa dos povos oprimidos e dos Estados operários, em particular Síria e Coréia do Norte, respectivamente.

Em nossa declaração, distribuída pela militância das seções do CLQI alertamos para o ascenso da reação fascista em todo mundo como ingrediente da política de austeridade imposta pelos capitalistas para que os trabalhadores paguem os custos da crise econômica mundial. [23]

JORNADAS DE JUNHO E
FRENTE ÚNICA ANTI-FASCISTA

No mês seguinte, participamos ativamente das “jornadas de junho”, lutando pelo passe livre e contra a repressão policial [24], onde mesmo empiricamente realizamos também uma frente única de ação com o PCO contra as investidas de agentes infiltrados da extrema direita que buscavam arrancar as bandeiras e enxotar os partidos de esquerda dos protestos. Chamamos a constituição de uma ampla Frente Única Antifascista [25] no país para derrotar a infiltração da direita, política que não se concretizou por que o PT e PCdoB queriam converter a frente em instrumento de defesa do governo de Dilma e sua reforma política distracionista, e por que o PSOL e o PSTU se emblocaram com a reacionária campanha da oposição de direita burguesa “contra a corrupção” em apoio a farsa do julgamento do mensalão contra o PT. Ambas políticas oportunistas cegam estes partidos para não perceberem o que está em jogo e o grave risco da direita manipular as manifestações espontâneas a seu favor. Seguramente, em 2014 todas estas questões serão colocadas pelas novas ondas de manifestações e junto com elas a necessidade de por em pé uma verdadeira frente de ação de autodefesa do direito de manifestação e organização para o conjunto do ativismo de esquerda do Brasil.

Quando as manifestações conseguem impor a redução das passagens de transporte em nível nacional, a direita entra em cena organizada com policiais disfarçados (P2), mercenários a soldo da burguesia e fascistas em geral e conseguem expulsar militantes da CUT, MST e todos os partidos de esquerda e suas bandeiras em várias manifestações pelo país. Isto animará a reação a marcar dois dias nacionais de protesto (11/7 e 7/9) [26A. A LC esteve presente nos “dias nacionais de luta” convocadas pelas centrais sindicais tanto em São Paulo quanto em Campinas, 26B e 26C], dois completos fiascos demonstrando que a direita não consegue mobilizar as massas, como foram as “Marchas da família com Deus pela liberdade” que precederam o Golpe de Estado de 1964, mas já consegue dispersar um ativismo de esquerda profundamente adestrado ao regime democratizante burguês e incapaz até de defender ao próprio direito de manifestação e organização política, como comprovado meses depois pelo apoio tácito que o próprio PT deu a prisão de seus dirigentes históricos depois do fraudulento processo do mensalão.

Isto é profundamente preocupando diante do agravamento da crise econômica e social no país que potenciará a volta dos protestos em dimensões ainda maiores em 2014, ano de eleições presidenciais, onde a direita, ciente de mais uma derrota eleitoral e sob o aprendizado de 2013, tentará se apoderar com ainda maior necessidade para impor aos trabalhadores a conta da crise capitalista. Nesta perspectiva, a militância classista e combativa tem o dever não apenas de constituir uma frente única antifascista como de estimular as manifestações e elevar a consciência política delas a um novo patamar político com consignas claras contra a direita e o conjunto da burguesia e pelas reivindicações elementares das massas como passe livre, dissolução da PM, aumento salarial com reposição integral das perdas, fim da precarização do trabalho e das privatizações, etc.

I CONFERENCIA LC, UM MARCO NA CONSTRUÇÃO
DO PARTIDO TROTSKISTA DA CLASSE OPERÁRIA

No dia 13 de julho realizamos a I Conferência da LC, marco de nossa ruptura com todo resquício comum às seitas virtuais que proliferam ou sobrevivem beneficiadas pelo advento da Internet. A LC estabeleceu para si mesma o curso oposto. Ingressamos em várias categorias da classe trabalhadora na disputa pela direção política da mesma, enquanto a organização com a qual rompeu o núcleo fundador da LC, a LBI, converteu-se em mera comentarista da luta de classes, esquivando-se de “entrar em campo” sob o autoengano de não cair nas tentações sindicalistas. Pior ainda, ocorreu com o internacionalismo bolchevique, pois quando uma pequena organização se limita por quase duas décadas a função de comentarista da luta de classes retrocedendo do trabalho internacional a mísera militância virtual, “por mais principistas que sejam suas declarações, por mais eloquentes que sejam suas palavras – não dá expressão material ao programa que reivindica através de ações concretas, não passando das palavras aos atos, já abandonou o programa e portanto já cruzou o Rubicão.” [27] acentua sua atrofia política e programática, conduzindo-a a esterilidade e a própria liquidação.

A atividade partidária da LC contabilizou o avanço de nossa atividade militante orgânica no interior das classe trabalhadora nos três anos de existência de nossa liga de propaganda e estabeleceu as tarefas para o próximo período para o conjunto da organização e em cada um dos ramos que atuamos. [28]

Foi só a partir do balanço e auto-critica de nossa breve existência que conseguimos ir mais além revisando toda tradição revisionista anterior, um verdadeiro exercício de “regressão da mémória”, para usar uma expressão psicanalítica, a fim de expandir nossa compreensão dos desvios acumulados e suas origens. Em busca de encontrar onde o fio de continuidade com o legado da IV Internacional foi esgarçado e rompido em nossa “linhagem” político-partidária transcendemos a crítica a nossas matrizes imediatas e recentes, LBI, PCO, PO argentino, lambertismo, dando consequência ao combate pela reconstrução da IV Internacional. Neste curso crítico e autocrítico verificamos que um câncer pequeno burguês “destruiu a IV Internacional. Mas agora vivemos o pior, a quase totalidade dos que se dizem trotskistas, quando não unem diretamente a bandeira da IV Internacional às da recolonização imperialista, na melhor das hipóteses elegem um terceiro campo ideal para não defender a vitória da nação oprimida na guerra, criando confusão e aversão pelo trotskismo por parte de todo trabalhador antiimperialista. O propagandismo estéril e pequeno-burguês, típico de Schachtman, tomou conta da IV Internacional. O que era uma tendência minoritária no SWP no tempo de Trotsky, tornou-se hegemônica na Internacional após sua morte por uma simples questão de que a classe social dominante entre os propagandistas e jornalistas da IV Internacional foi a pequena burguesia.

Ainda que em um primeiro momento a ala anti-pablista, o Comitê Internacional (CI), tenha representado o setor progressista frente ao liquidacionismo revisionista de Pablo e Mandel, dirigentes do Secretariado Internacional (SI), hoje, todas as alas são completamente imprestáveis para a reconstrução do partido mundial da revolução proletária. Apenas as rupturas principistas com o pseudo-trotskismo que pivotam para o movimento operário, poderão talvez se regenerar, como também já alertara Trotsky: “Os propagandistas e jornalistas da Quarta Internacional devem iniciar um novo capítulo em sua própria consciência. É necessário rearmar-se. É necessário fazer uma rotação sobre o próprio eixo: voltar as costas aos intelectuais pequeno-burgueses e olhar para os operários.” (idem).” [29]

O plano de crescimento quantitativo e qualitativo partidário se deu a partir de uma análise baseada nos métodos da revolução permanente sobre a “conjuntura mundial (crise capitalista, nova bipolaridade interburguesa entre EUA e o núcleo Russo-Chinês, "primavera árabe") e brasileira impactada pela crise economica, pela onda de protestos de junho-julho detonados pela luta contra o aumento dos transportes e sua relação com o ascenso de greves salariais em 2012; a organização do combate para frear a direita fascista em meio a construção de uma oposição operária e revolucionária ao governo Dilma e por fim a luta pela edificação de um partido trotskista dos trabalhadores no Brasil.” [30]. Como tarefas prioritárias da LC no semestre posterior a Conferencia foi estabelecida a intervenção ativa de nossa militância nas campanhas salariais e greves de metalúrgicos e bancários e os Congressos (Metalúrgicos e Apeoesp).

Semanas após a Conferência, passou a integrar o Comitê de Redação da Liga Comunista um operário da construção civil, fundador do Partido dos Trabalhadores na Lapa, Região Oeste da Capital paulista, ex-militante da Organização Quarta Internacional (OQI), que deu origem ao Partido da Causa Operária (PCO), e da Convergência Socialista (CS), que se tornou o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). O companheiro é autor de importantes contribuições sobre seu ramo produtivo e trabalho escravo, assentando as bases para o trabalho militante da LC na construção civil nesse momento de PAC, bolha imobiliária e mega-eventos imperialistas no Brasil. [31] [32]

XI CONGRESSO METALURGICOS CAMPINAS, UM PASSO ADIANTE
NA NUCLEAÇÃO DA LIGA COMUNISTA NA CLASSE OPERÁRIA

A militância da LC participou do Congresso dos Metalúrgicos de Campinas através do agrupamento sindical Vanguarda Metalúrgica. Elegemos delegados, lançamos tese e a defendemos em plenário como única corrente sindical a mostrar para o conjunto da categoria que existe um pequeno agrupamento revolucionário, operário e metalúrgico que pode fazer um combate consequente a pela superação da influencia burguesa do PT entre os metalúrgicos, pela construção de um verdadeiro partido revolucionário da classe operária. [33] [34] [35] [36] [37].

Nossa importante participação no Congresso foi resultante não só do trabalho importante já desenvolvido pelos camaradas que compõem a VM nos anos anteriores, como de importantes greves do próprio 2013, contra a demissão de 31 camaradas em março, como também a greve na CAF pela PLR e nosso apoio a luta dos metalúrgicos da MABE. [38] [39] [40].

Pouco depois veio a campanha salarial dos bancárias, onde a LC contribuiu de forma militante com um programa de luta classista e a convocatória de uma forte greve unificada com os grevistas dos Correios, através da formação de piquetes conjuntos e da realização de atos unificados. [41] Também nos bancários, assim como nos professores, a LC interviu na campanha salarial através de uma frente de oposição sindical, no caso, o “Avante, bancários! [42] [43] [44] que contribuiu para impulsionar uma das maiores greves dos últimos 20 anos, tencionando a burocracia do Sindicato de São Paulo e aos setores de oposição ligados ao PSTU (MNOB) a apoiar fortes piquetes em grandes concentrações ou a participar de trancaços radicais construídos pelo “Avante, Bancários”, como nos prédios da Sé, do Brás e na Cidade de Deus, em Osasco, além de se solidarizar em atos públicos, com os professores em luta no Rio de janeiro.

DUAS VITÓRIAS PARCIAIS NA LUTA
CONTRA O FACISMO E O IMPERIALISMO

O CLQI integrou a campanha internacional contra a perseguição fascista sofrida por Savas Michael-Matsas, intelectual grego, trotskysta, judeu, Secretário Geral do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (EKK), perseguido por processo judicial por parte do Estado grego por ter defendido o esmagamento do grupo nazi-fascista grego “Aurora Dourada”. Realizamos atos internacionalistas em todo mundo e inclusive no Consulado grego da Avenida Paulista. [45] O resultado foi o desprocessamento do camarada Savas, uma vitória da luta antifascista mundial, mas nós vencemos uma batalha, mas estamos longe de ganhar a guerra. Não confiamos no Estado capitalista grego possuidor de longa tradição fascista.

Também participamos ativamente da luta desenvolvida pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio contra a intervenção do imperialismo americano.
 [46]. Contra os que dizem que pelo fato de não estarmos na Síria organizados como força política não poderíamos convocar uma Frente Única Antiimperialista (FUA) com as forças beligerantes que fizeram parte de forma prática desta resistencia, como o Exército sírio. O Comitê de Solidariedade no Brasil foi em si a expressão desta FUA, dentro da qual realizamos atos, plenárias etc. Apesar de todas a campanha de guerra midiática e do aparato bélico para um bombardeio na Síria, o imperialismo compôs uma coalizão militar e preparou-se para atacar, mas teve que conter-se diante da resistência oferecida pelo bloco burguês russo-chinês que impediu o imperialismo ocidental de passar por cima dos seus interesses na região.

UM ENORME SALTO DE QUALIDADE EM NOSSA IMPRENSA,
COM O NOVO FOLHA DO TRABALHADOR, NOSSO MILITANTE NÚMERO UM

A LC reformulou sua imprensa, aprimorando os instrumentos de divulgação de seu programa para que realizem melhor as três formas de luta: teórica, econômica e política. Deste modo, damos um passo adiante na tarefa de construção do partido comunista revolucionário dos trabalhadores, refletindo o crescimento (ainda que molecular) e o amadurecimento da LC na contramão da moda da "militância virtual", nossos impressos adquiriram maior peso em nossa atividade militante, estreitando o contato pessoal, "homem a homem", com nossos leitores.

Não criamos a pólvora, só retomamos os bons e velhos métodos dos revolucionários que nos antecederam, em meio a deserção hegemônica na esquerda em direção ao mundo da "revolução" virtual e individual. Nosso instrumento virtual principal, o blog da Liga Comunista, teve uma evolução de 5 publicações em 2010, os primeiros 6 meses de existência de nosso grupo, para 95 em 2011, 100 em 2012, na consolidação do grupo, e finalmente 160 em 2013. Neste exato momento, ultrapassamos a marca de 87 mil e setecentos acessos, tendo como principais países originários dos acessos, Brasil, EUA, Argentina, Rússia, Alemanha e Reino Unido. Embora tenhamos explorado pouco o facebook ele tem servido de boa ferramenta auxiliar da divulgação das postagens do blog. Mas, indiscutivelmente, o trabalho mais produtivo, do ponto de vista do recrutamento e divulgação junto a classe nos locais de trabalho está na propaganda impressa. Dividimos nossa propaganda impressa em três órgãos: O Bolchevique, Folha do Trabalhador e os Boletins da LC, uma revista teórica, um jornal e panfletos, respectivamente. [47] O Folha do Trabalhador foi completamente reformulado e nossos boletins sindicais ganharam maior dinamismo. Mas ao dar passos enormes em nossa inserção estrutural em distintos ramos da classe trabalhadora – atividade prioritária para nossa jovem corrente – e no Folha do Trabalhador imediatamente vinculado a este trabalho, não conseguimos cumprir todas as metas projetadas por nossa I Conferência como a edição de nossa plataforma programática e da nossa revista teórica, O Bolchevique. Disto nos autocriticamos e tratamos de replanificar a execução desta tarefa para o primeiro semestre de 2014.

NO XXIV CONGRESSO DA APEOESP: COMBATE À DIREÇÃO MAJORITÁRIA (PT, PCdoB) 
À DIREÇÃO MINORITÁRIA (PSTU, PSOL) PARA CONSTRUIR UMA OPOSIÇÃO DE
VERDADE E RECONQUISTAR O SINDICATO PARA OS TRABALHADORES

Neste ano, participamos de todos os congressos das categorias onde temos atividade militante, com destaque para metalúrgicos e professores. Nesta última categoria em particular, além de atuarmos via o MUOC no Congresso dos Professores municipais, o SINPEEM [48], realizamos uma combativa participação no Congresso da APEOESP (Sindicato dos Professores estaduais, o maior Sindicato da América Latina), onde conseguimos aprovar a Assembléia do dia 13 de dezembro contra o concurso-fraude tucano do reacionário Governo Alckmin. [49] [50] [51]

A tese 3 do MUOC foi a única tese de oposição a estar presente na plenária final do Congresso quando foi discutido o plano de lutas. Impotentes para oferecer uma alterantiva real contra a política desmobilizadora da Articulação, PSTU, PSOL e agrupamentos satélites se retiraram do Congresso da APEOESP para chantagear a Articulação a voltar atrás no debate da autonomia das subsedes justamente quando o fórum deliberava o plano de lutas. Trata-se de uma política burocrática sectária criminosa que em virtude dos apetites burocráticos deste setor minoritário da direção despreza completamente a necessidade de um plano de lutas para a categoria no próximo período de profunda ofensiva tucana contra os professores (não cumprimento da legislação que obriga ao Estado a redução da jornada em classe, precarização categoria “O”, o fraudulento maior concurso da historia, defasagem salarial, etc.), mas sobretudo não tira lições diante da experiência das jornadas de lutas do país em 2013, onde principalmente em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, a luta desta categoria foi não apenas a que mais se combinou com as manifestações de massas de todo o país, mas também foi o dínamo de classe das manifestações na principais capitais do Brasil.

Portanto, um plano de lutas dos professores do maior sindicato do país e da América Latina é essencial para os rumos das jornadas de lutas da luta de classes nacional em 2014. Ciente desta responsabilidade, foi um delegado da LC que defendeu e fez aprovar no XXIV Congresso que a APEOESP passasse a reivindicar em seu programa o passe livre para o conjunto da classe trabalhadora, estudantes e desempregados.

2014, ANO DE INTERVENÇÃO ATIVA NAS LUTAS DO PAÍS,
DE CONSOLIDAÇÃO E EXPANSÃO DA LC E DO CLQI

A luta de classes no país tende a dar um salto de qualidade em 2014, primeiramente pelo agravamento da crise econômica para o conjunto da população trabalhadora como já se fez refletir de modo deformado na queda das vendas de final de ano, no aumento dos combustíveis, nas demissões em massa da GM, no aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro, etc. Em segundo lugar, duas situações tendem a contribuir enormemente para o acirramento da luta de classes no país, a Copa do mundo com todas suas mazelas e as eleições nacionais e estaduais para o executivo e legislativo.

A LC organiza-se, no limite de suas forças, para intervir ativamente no conjunto destes conflitos. Somos uma organização que luta contra o ceticismo que predomina no seio do movimento operário e popular, por entender que Léon Trotsky está certo ao dizer que os céticos, em geral não servem para nada. A LC reproduz o ensinamento de Karl Marx sobre nossas revoluções, as quais “encontram-se em constante auto-crítica, (...) retornam ao que aparentemente conseguiram realizar, para recomeçar tudo de novo, (...) parecem jogar seu adversário por terra somente para que ele sugue dela novas forças e se reerga diante delas em proporções ainda mais gigantescas.”, Assim, a LC acredita que a revolução proletária renascerá em proporções ainda mais gigantescas! [52]

As fileiras da Liga Comunista são ainda pouco numerosas, pois ela ainda é jovem, mas é forte pela tenacidade de sua militância e pela vitalidade dos métodos marxistas empregados na conquista da consciência dos trabalhadores, na luta pela elaboração do programa do partido operário marxista revolucionário, estando ciente do ensinamento de Trotsky de que há necessidade de iniciativa revolucionária na ação e de defender nossas concepções na minoria. “(...) E, não obstante, só estas duas qualidades, que se completam mutuamente, formam o verdadeiro revolucionário. Sem atitudes para sustentar-se obstinadamente na minoria, não é possível agrupar uma maioria revolucionária segura, firme, valente.(...)”. [53]

Novamente no Brasil coloca-se na ordem-do-dia a construção do partido operário marxista revolucionário, estruturado pelo Programa de Transição para a revolução socialista da IV Internacional, e nos quatro primeiros Congressos da III Internacional (cujas teses, na maioria, foram elaboradas por Trotsky em parceria com Lênin e outros bolcheviques revolucionários, como, por exemplo, no quarto Congresso. As teses desses Congressos foram aprovadas contra as emendas de Thaelman, Bela-Kun, Pepper e outros confusionistas), com base na Teoria da Revolução Permanente, sendo importante que os companheiros honestos do PT e das demais organizações de esquerda, inclusive as que se reivindicam do trotskysmo, façam uma autocrítica e rompam com suas direções e organizações oportunistas e venham somar nas fileiras da Liga Comunista, que apesar de pequena é já forte em razão de seu programa político, com o objetivo de reconstruir a IV Internacional, juntamente com a Tendência Militante Bolchevique da Argentina e o Socialist Fight da Grã-Bretanha, organizações que compõem o Comitê de Ligação da IV Internacional (CLQI), que além de intervirem na luta de classes em seus respectivos países, vêm desenvolvendo uma luta em nível internacional para a reconstrução da IV Internacional, intervindo em defesa da Líbia e da Síria contra os ataques imperialistas, contribuimos com as campanhas internacionais que conquitastaram o desprocessamento (não pronunciamento em termos criminais) do militante trotskysta grego Savas Michael-Matsas, reconquistaram o posto de trabalho para o camarada Gerry Downing, dirigente do SF britânico que foi demitido político pela empresa que trabalha como motorista de ônibus, além de contribuir na discussão travada hoje, no seio no Grupo Marxista Revolucionário (RMG – sigla em inglês) da África do Sul, a respeito da unidade sindical e da luta pelo partido operário marxista revolucionário, organização essa que embora não faça parte do CLQI, já atuou conjuntamente conosco em algumas batalhas em nível internacional. [52] [53] [54] [55] Junte-se a nós. Venha construir o Partido Operário Marxista Revolucionário e reconstruir a IV Internacional! Que 2014 seja um ano de muitas vitórias do proletariado!

Notas: