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domingo, 15 de dezembro de 2013

GREVES NA AMBEV E PRYSMIAN NO ABC PAULISTA

Rompendo o cerco da burocracia cutista
Erwin Wolf
Após 18 dias de greve os trabalhadores da fábrica de cabos especiais de alta-tensão e fios da Prysmian, em Santo André (a Prysmian tem sua matriz na Itália, tendo quatro unidades no Brasil), conquistaram algumas reivindicações, como redução do desconto em razão de absenteísmo (falta ao trabalho) no cálculo no PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 100% para 25%, conforme noticiou o Diário do Grande ABC de 14/12/2013.

Ainda segundo o Diário do Grande ABC, o Tribunal Regional do Trabalho acenou com garantia de emprego de 90 dias aos grevistas.

Já os trabalhadores das duas prestadoras de serviços da Ambev, em Diadema, conquistaram, após 3 dias de greve, abono do R$ 450,00, para motoristas, e R$ 360,00, para ajudantes, em dezembro, e de R$ 200,00, para todos, em janeiro, cesta de Natal e expansão de 12% no prêmio mensal de viagens. Além disso, as empresas prometeram ampliar a frota, o número de trabalhadores e redefinir rotas, a partir de fevereiro, para evitar excessos de jornadas de trabalho, informou o Diário do Grande ABC.

O centro de distribuição da Ambev em Diadema entrega as bebidas da marca no ABCD e interior do estado de São Paulo. A paralisação abrange cerca de 500 trabalhadores, com isso 80 caminhões estão parados para entrega. Os operários da Ambev produzem as marcas de bebida: Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia, Original, Polar e Serramalte, além das Skol 360º e Antarctica SubZero,  Budweiser, Stella Artois,  Quilmes, Leffe e Hoegaarden,  Pepsi, Guaraná Antarctica, H2OH, Sukita, Soda Antarctica, Teem e Água Tônica Antarctica., energético Fusion, Gatorade e Lipton.

Apesar das conquistas terem sido limitadas, as greves das empresas romperam o cerco da burocracia cutista no ABC, demonstrando que há uma tendência dos trabalhadores saírem à luta apesar do boicote das direções sindicais, tendência essa que se iniciou ainda este ano na greve da Scania de São Bernardo do Campo.

É importante assinalar que os trabalhadores não devem ter ilusão nas direções sindicais cutistas pelegas, nem muito menos nas promessas e acenos dos patrões e do Tribunal do Trabalho, pois estes se colocam contra as mais elementares reivindicações da classe trabalhadora, sendo um instrumento dos interesses da burguesia e do imperialismo.


Assim, os trabalhadores da Prysmian e da Ambev deram um belo exemplo que deve ser seguido pelos trabalhadores do ABC, que precisam aproveitar a luta pelas suas reivindicações contra os patrões para formar uma nova oposição classista, visando retomar os sindicados do ABC, transformando-os em instrumento de luta e organização no sentido da construção de um partido operário marxista revolucionário.