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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ARGENTINA

Luta intercapitalista mundial, Estados Unidos contra
as naciones pro Eurasia e o caso Nisman

Reproduzimos abaixo declaração da Tendencia Militante Bolchevique, corrente membro do Comitê de Ligação pela IV Internacional, sobre a atual crise política fabricada contra o governo de Cristina Kirchner.

Independente de que tenha sido um assassinato, um suicídio ou um suicídio induzido, e independente de quem o tenha assassinado ou pressionado para o suicídio, o caso Nisman converteu-se em um fato político. A oposição pro-imperialista e, fazendo seguidismo a ela, a esquerda pseudotrostkista, buscam fazer do caso Nisman um fato político que desestabilize o governo de Cristina Fernandes Kirchner (CFK), hoje o governo latino-americano mais próximo da Russia e da China.

Em que contexto ocorre o ‘Caso Nisman’.

O cristinismo precisa assegurar as condições políticas e econômicas em seu último ano de governo para poder fazer um sucessor confiável. Para isso é fundamental assegurar e aprofundar as tendências que ligam a Argentina com o núcleo russo-chinês. Neste contexto, o cristinismo necessita impor limites a SIDE, hoje secretaria de inteligência, que de fato é um autêntico governo paralelo ligado a CIA e ao Mossad, e, portanto, com fortes vínculos com os EUA e Israel. Foi por isso que CFK puseram a um membro da inteligência militar, Milani, como Chefe do Exército, inclusive pagando o preço político das acusações que comprometem Milani com os crimes da ditadura.

É preciso deixar claro que o cristinismo depositou expectativas em Milani como alguém mais interessados na aproximação do país com a Russia e a China. Tal aposta todavia não passou ainda por nenhuma prova decisiva. Nesta manobra o cristinismo espera por limites aos setores mais ligados ao imperialismo dentro do aparato repressivo, como a SIDE, que sem dúvida poderia ser um instrumento do próprio imperialismo contra os vínculos da Argentina com o núcleo eurásico.

É preciso sublinhar que esta manobra do cristinismo está limitada por que se choca com o pacto de convivência que o kichnerismo assumiu o durante uma década com a SIDE e por haver participado de manobras da inteligência imperialista como as que fez o próprio kichnerismo antes de 2011 involvendo o Irã no caso AMIA, inclusive perante as Nações Unidas [Tudo isso foi antes do giro pró-eurásico que o governo de Cristina precisou operar para livrar a economia do país e a si mesmo da crise econômica iniciada em 2007-2008 cujo epicentro foram as economias imperialistas dos EUA e da UE].

Neste intento o cristinismo quis por limites ao governo paralelo da SIDE, tratando de trocar sua cúpula, retirar poderes dos dirigentes do órgão, apoiando-se sobretudo na inteligência militar. Foram nestas condições que se instaurou a atual "guerra de aparatos" da qual faz parte a morte do promotor Nisman, homem vinculado ao Departamento de Estado dos EUA. Portanto, Nisman, como agente da inteligência estatal burguesa pro-imperialista, morto em um enfrentamento não é cadáver de nossa classe, não choramos por ele nem o reivindicamos.

A manobra da oposição burguesa tem todos os traços da islamofobia impulsionada pelo imperialismo contra os povos oprimidos, que estão sobre a maior riqueza energética do planeta, como se detecta nos ataques ao Irã e Hezbolah através da mídia imperialista. O que por sua vez é uma tentativa de isolar a Argentina do núcleo russo-chinês. Os trabalhadores devem rechaçar a campanha do imperialismo montada através da oposição burguesa e seguida pela esquerda pseutrotskista como o PO, IS/UIT, PSTU/LIT, CS.

O cristinismo como força burguesa, que teme mobilizar ao proletariado não é capaz de dar una dura batalha contra o imperialismo. Por isso, é incapaz de desarticular a oposição cipaya. Os trabalhadores devem livrar-se da influencia do peronismo e de toda tendência burguesa, devem sobretudo confiar nos métodos de sua independência de classe para realizar o combate contra o imperialismo, seus agentes nacionais e também contra o próprio governo Cristina, estabelecendo assim um governo operário e dos trabalhadores.

Pelo desmantelamento de todo aparato repressivo!
Derrotar a oposição cipaya pró-imperialista!
Nenhuma confiança no governo Cristina!