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domingo, 8 de novembro de 2015

ELEIÇÕES ARGENTINAS

Eleições, ofensiva imperialista e as tarefas dos trabalhadores

Versión en Castellano - Tendencia Militante Bolchevique - Argentina, seção do Comitê de Ligação pela IV Internacional

Kirchnerismo chegou à conclusão que seguir aprofundando suas relações com o núcleo composto por Rússia e China poderia colocá-lo em perigo frente as manobras do imperialismo, como ficou demonstrado na fabricação do caso Nisman [ 1 ], na própria campanha golpista pró Estados Unidos no Brasil, o golpe político eleitoral guatemalteco, etc.

SCIOLI: A PRÉ CAPITULAÇÃO DO KIRCHERISMO AO IMPERIALISMO

Dadas as manobras golpistas do imperialismo, a nível nacional e internacional, o kichnerismo capitulou por antecipação, ante a ofensiva imperialista, impulsionando a candidatura de Scioli. Na candidatura de Scioli, o "cristinismo" (de Cristina Krichner) elegeu um representante da ala conservadora do kichnerismo, interessado em reatar os laços com os Estados Unidos. Assim, a candidatura de Scioli pelo kichnerismo mostra um aprofundamento da sua linha pró-imperialista.

A oposição, decididamente mais pró EUA, só não ganhou as eleições no primeiro turno porque dividiu-se em duas alas: a financeira - (da coligação 'Cambiemos’, com Macri') e a ala industrial ("UNA”, com Massa"). Permitindo um segundo turno entre o candidato do Scioli (PJ-FV) e Macri (Cambiemos). Após o primeiro turno, toda a oposição pró-imperialista se unificou por trás do macrismo.

Os dois candidatos burgueses em disputa são pró-imperialistas, sendo qualquer o ganhador, é seguro que vai executar uma política ainda mais opressiva para os trabalhadores. Os trabalhadores devem se preparar para os ataques vêm, em última análise, como uma vitória do macrismo reforçar a ofensiva imperialista em toda a região, convertendo a Argentina na região de implantação da plataforma política do imperialismo. Este último permitiria que o imperialismo pudesse enfraquecer o processo bolivariano no Equador, Venezuela, ao mesmo tempo, fortalecer as tendências do golpe no Brasil.

A capitulação da direção política burguesa na Argentina e no Brasil às tendências pró-imperialistas têm uma razão estrutural. Aqui também a existência determina a consciência, ou a superestrutura política é condicionado pela base material econômica. A capitulação política baseia-se no esgotamento dos ciclos nacional-populistas, dependendo da situação atual de "arrefecimento" da demanda chinesa por matérias-primas governos. Este último é um fator que tira espaço de manobra aos governos nacional-populistas.

O PRÓ-IMPERIALISMO DA FIT E ASCENSO DA DIREITA

Nas eleições argentinas não havia uma genuína e alternativa independente aos candidatos burgueses para os trabalhadores. A Frente de Izquierda de los Trabajadores, composta pelo PO, IS e PTS é apenas uma construção eleitoreira. Estas correntes de falsos socialistas apoiaram outras coligações eleitorais isoladas do movimento operário, como SYRIZA na Grécia, que terminou aplicando políticas de ajuste contra os trabalhadores. Também nos casos da Síria e da Ucrânia, os partidos da FIT se alinharam com as forças pró-imperialistas. O FIT também não teve uma postura independente ante as marchas e manifestações de direita pró-imperialista contra o kichnerismo, e colocou água no moinho da próprio direita. Na verdade, são colaboradores político de "esquerda" para a direita na Argentina.

Com sua política, a FIT não pôde cumprir suas expectativas eleitorais, de capitalizar o descontentamento popular, o que já está levando a uma crise dentro da FIT, como evidenciado pela crítica do própria Altamira ao eleitoralismo do PO, desvio que também é partilhado pela direção do PTS e mais ainda pela IS.

A LÓGICA NÃO DIALÉTICA DO OPORTUNISMO E DO SECTARISMO

Os oportunistas da esquerda pró governo se dizem vítimas da direita e de conspirações do imperialismo e seus agentes dizer, enquanto o Governo cede a pressão da reação contra as massas exploradas e oprimidas e, portanto, pavimenta o caminho certo.

Ao mesmo tempo, os sectários, ignoraram ou minimizam a ação ofensiva do imperialismo e culpam somente o centroesquerdismo burguês pelo ascenso da direita, e, assim, colocam mais água no moinho da reação, também se opondo à frente anti-imperialista.

Oportunistas e sectários são antidialéticos favorecem a direita e o imperialismo, como comprova o ascenso de Macri. O voto é uma tática política que corresponde a uma dada conjuntura. Votar em Scioli na Argentina em 2015 difere do correto chamado ao voto em Dilma no Brasil no segundo turno das eleições em 2014, porque Scioli representa abertamente um aprofundamento das tendências pró-imperialistas já antes das eleições. Enquanto, no caso de Dilma, o aprofundamento das tendências pró-imperialistas foi depois das eleições. A grosso modo, votar em Scioli seria como votar em um Levy ou um Kassab apoiado pelo PT.

Pode-se fazer uma frente única com ações de enfrentamento, embora um enfrentamento vascilante, com direções burguesas contra o imperialismo, mas não é possível fazer uma frente única com a própria capitulação antecipada ao imperialismo, como é a candidatura Scioli. É por isso que chamamos a os trabalhadores a votarem em branco, nulo, ou abster-se e preparar-se para um 'terceiro turno’, o das lutas do proletariado contra o próximo governo anti-proletário, o governo burguês pró-imperialista que vencerá.

Nota