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quarta-feira, 13 de abril de 2016

A MAIOR JORNADA DE LUTAS CONTRA A DIREITA DO BRASIL

Vivemos a maior jornada de lutas
defensivas contra a direita da história do Brasil

Mas é preciso organizar a luta de classes em nossos locais de trabalho, moradia e estudo para derrotar o golpismo e seus ataques a nossos direitos históricos

Ato contra o Golpe da FBP, Praça da Sé
Centro de São Paulo, 31/03/2016
O Brasil vive um momento inédito.

De um lado, o imperialismo e seus agentes nacionais impulsionam as maiores manifestações da história da direita com todos seus preconceitos de classes contra a população trabalhadora. Almejam realizar um Golpe de Estado que ameaça liquidar todas as conquistas trabalhistas, sociais e políticas dos últimos 80 anos.

A missão principal do Golpe é recapiturar o Brasil, membro dos BRICS no continente americano, e submetê-lo a uma nova recolonização pelos EUA.

Ato contra o Golpe com Lula, Arcos da Lapa
Rio de Janeiro, 11/04/2016
Do outro lado, reagindo contra essa tragédia, está a esquerda e amplas massas da população que há mais ano mobilizam de forma crescente centenas de milhares de pessoas em todo país. O PT e o PCdoB, que dirigem as principais organizações de massas do país, só reagiram muito depois de saírem de suas “zonas de conforto”, depois de verem ameaçado o que conseguiram depois de anos de acomodação e aburguesamento dentro do Estado capitalista. Sendo forçados a irem mais longe do que onde queriam na mobilização de massas contra a reação, esses partidos reeditam um arremedo do que foi a Frente Brasil Popular em 1989 e são muito a contragosto agora obrigados a encabeçar uma resistência ao Golpe que ameaça caça-los e exterminá-los.

Comparemos as grandes jornadas de luta anteriores:

Em 1964, ameaçado por uma conspiração do imperialismo, empresários e militares, João Goulart organizou alguns comícios no mês de março contra o Golpe que viria a sofrer. A manifestação mais importante ocorreu no dia 13 de março de 1964, em frente ao Edifício Central do Brasil, sede da Estrada de Ferro Central do Brasil. O Comício da Central, como ficou conhecido, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos, associações de servidores públicos e estudantes.

Em 1984, na luta das “Diretas Já!”, uma frente ampla protagonizado pela oposição burguesa ao regime militar, encabeçada pelo PMDB, chegou a realizar muitos comícios entre 31 de março de 1983 e 16 de abril de 1984. O maior dos Comícios das Diretas reuniu 1,5 milhões de pessoas reivindicando o fim da ditadura e eleições diretas para presidente.

Em 1989, quando finalmente ocorreram eleições diretas para presidente do país, a candidatura da Frente Brasil Popular, encabeçada por Lula e o PT, canalizou todo descontentamento histórico represado até então, mobilizou amplas massas da população durante a campanha eleitoral que durou poucos meses, com seus imensos comícios contra as candidaturas da direita e do centro.

Em 1992, novamente uma frente ampla se reuniu contra Collor, do PT e a UNE até a maioria da mídia burguesa nacional. Para manipular o movimento em direção a uma solução negociada pela direita no Congresso Nacional, que substituísse o frágil presidente que perdera até o apoio da maior parte da burguesia que o havia apoiado emergencialmente para derrotar Lula em 1989, como a Globo e a Veja.

Em 2013, as manifestações, que ficaram conhecidas depois como as "Jornadas de Junho", tiveram início na luta contra o aumento das passagens dos transportes coletivos, ganharam maior fôlego contra a repressão policial, se tornaram um fenômeno de massas e nacional, mas conduzidos sob o método do antipartidarismo foram pacificamente sequestrados pela mídia e pela direita contra a esquerda e suas bandeiras.

Sim, estamos agora diante da mais duradoura jornada de lutas contra a direita da história do país. Ela teve início no dia 13 de novembro de 2014 [1] e segue em um crescente nos dias atuais, tendo como condição impar ser contra a direita fascista e sua tentativa de golpe impulsionada pelo imperialismo. É uma luta defensiva, o curso ascendente não durará de forma indefinida e tende a ser traída por sua direção oportunista, mas, a Folha do Trabalhador milita com suas melhores forças preparando as massas para resistir a reação pró-imperialista e superar à traição de suas direções.

Nota

1. Foi a “Marcha Popular contra a direita e por direitos! Agora é a vez do povo! Nem coxinha, nem golpista! Uma marcha de esquerda e de vermelho! Organizada pelo MTST e com a participação de várias organizações (Juntos, CUT, sindicatos e movimentos urbanos)”.
Dessa manifestação, as organizações que deram origem a FCT, Liga Comunista e o Coletivo Lenin, participaram com milhares de panfletos confrontando com o maior medo histórico do imperialismo e da direita continental, que gerou a onda de Golpes e ditadura na América Latina a partir do desferido no Brasil em 1964. “Fazer do Brasil uma Grande Cuba!” foi o título de nosso panfleto que provocou um imenso alvoroço na direita, recebendo ataques desde o “filósofo” da direita Olavo de Carvalho até da Revista Veja: